O exemplo da Professora Francisca Freire (Dona Quiqui) será eternizado!

O exemplo da Professora Francisca Freire (Dona Quiqui) será eternizado!

Por Jandir Candéas

Hoje Guamaré despede-se de uma grande dama, uma senhora educadíssima, de uma fineza e elegância além de vocabulário primoroso que enchia todos que a procuravam, de muito conhecimento cultural, social, religioso e histórico.

Assim é a pessoa que Deus hoje chamou para si: Francisca Frete de Miranda, carinhosamente chamada de Dona Quiqui. Professora renomada do Município de Guamaré,  grande educadora. Quantas gerações passaram pelas mãos dessa professora! Quantos jovens atuais ainda desfrutavam de sua inteligência, buscando-a para realizarem suas pesquisas.

E como saíam mais ricos de conhecimento  obtidos por meio dela que apesar de seus 95 anos de idade, permanecia lúcida e não abria mão de um bom livro em leitura diária.  Quiqui, nasceu em 21 de Janeiro de 1925, na Praia do  Minhoto, em Guamaré, de onde guardava muitas recordações.

Filha de Manoel Crispim de Miranda e Maria Freire de Sena, tinha orgulho de ser guamareense legítima. Casou-se com Luiz Gaspar Siqueira, conhecido como Luiz Gabi. Não teve filhos, mas adotou um casal: José de Arimatéia Miranda Siqueira, seu sobrinho  “filho de sua irmã Severina” e uma menina chamada Maria de Fátima Miranda Siqueira, de Macau.

Era amante da educação e desde cedo foi uma aluna exemplar.  Sempre citava que alfabetizou-se na “Carta de ABC”, de Landelino Rocha e que andava quase duas léguas para chegar à Escola e que rezava para Santa Clara pedindo que não chovesse, para não perder aula. Lembrava com orgulho de suas professoras.

Aos quinze anos veio morar em Guamaré.  Com habilidade para as artes, característica de sua família, aprendeu desde cedo a fazer renda, crochê e labirinto. Iniciou sua carreira como professora em 1951, fazendo concurso em Natal.

Adorava sala de aula e com que prazer, via seus alunos aprendendo e lendo. Quando foi construída e Escola Estadual Monsenhor Joaquim Honório, ocupou a direção da mesma com esmero e gratidão. Quiqui amava recordar a infância, a juventude e guardava os nomes de todas as amigas para quem tinha um carinho especial.

Sobre os dias atuais, ela dizia vê-los como negativos no sentido da falta de respeito entre as pessoas.  Dizia sempre: ” Não se compara com o tempo antigo”. Serei sua eterna admiradora.

Para essa pessoa maravilhosa, saudosista, que sonhava com uma Guamaré próspera, para a qual contribuiu como cidadã, professora, mãe, amiga, em meu nome e de toda minha família, seguem os votos de pesar pela sua partida, mas a certeza de que Deus já a recebeu em seus braços. Descanse em paz, amiga Quiqui.

Seu exemplo será eternizado.

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